28 de março de 2024
Olhar do Brito- Eleições 2022 – Candidatos em movimento

Olhar do Brito- Eleições 2022 – Candidatos em movimento

Jols: Orlando Brito

A semana começou com uma festa repleta de abraços, sorrisos e esperança. Mas, no mesmo domingo, um misto de susto e surpresa resultou em impasse, desconfianças e crise. Falo das prévias que o PSDB fez para escolher seu candidato a presidente da República. Na disputa os candidatos: governadores João Dória, de São Paulo, Eduardo Leite, do Rio Grande do Sul e Arthur Virgílio, ex-prefeito de Manaus. 

Deu pane no app tucano!! As plumas estão voando.

Jols, Orlando Brito – O aplicativo-problema dos tucanos

O aplicativo digital por meio do qual os 40 mil filiados estavam aptos a votar deu pane. Somente 10% conseguiram. De lá até hoje, o problema persiste, recheado de tentativas para resolver o curso do pleito. Nesse período, os candidatos vieram a público e, em entrevistas, trocaram insultos e ofensas com outros tucanos de alta plumagem. O certo é que ainda não se sabe como e quando o partido definirá aquele que disputará o Planalto em 2022.  

Enquanto isso, segue a campanha de outros candidatos. 

Na quarta-feira, Jair Bolsonaro, tido como concorrente nato, foi à Câmara receber a Medalha do Mérito Legislativo. Por ser amigo de Arthur Lira, dono da festa, esperava-se que o plenário estivesse cheio de parlamentares aliados. Não estava. Ao contrário, repleto de assentos vazios. Recebeu sua condecoração, atendeu a alguns pedidos e posou para uma foto, uma selfie. Não se viu, enfim, a recepção que se esperava. Mas viu o grupo de deputados da oposição fazer um protesto contra ele, com cartazes escritos “Medalha da rachadinha, do desmatamento, das fake news e da cloroquina”. Resolveu voltar ao Planalto antes do fim da cerimônia. A pé.

Jols, Orlando Brito 2 – Bolsonaro, escanteado na Câmara, mas com a medalha do Mérito Legislativo no peito

Jols, Orlando Brito 3 – Deputados da oposição e os cartazes contra Bolsonaro no plenário 

Quem descobriu o Brasil?

No fim da tarde, em uma solenidade no palácio sobre escolas cívico-militares, resolveu discursar. Falou um monte, mais de meia hora. Ficou a impressão de que passou uma semana armazenando impropriedades para dizer. Na verdade, mais do mesmo. E de si próprio. Relembrou que cursou a Academia de Agulhas Negras, de quando foi aluno do primário, de sua primeira professora, da fila indiana no colégio, da pergunta de quanto é 7×8, da raiz quadrada de 4, da fórmula da água, quem descobriu o Brasil.

Depois, Bolsonaro, como sempre, mandou bala na imprensa. Falou novamente sobre usar ou não a caneta para mudar a vida do país e que as aulas de História deveriam estar nas escolas lembrando que o marechal Castello Branco foi o eleito pelo Congresso após o Golpe de 64. No final do discurso, pouco antes de finalizar, fez uma piada de tom duvidoso, sobre comer de tudo. Encostou a cabeça sobre púlpito de onde falava e riu de si mesmo. 

Jols, Orlando Brito 4 – Depois da piada, Bolsonaro encosta a cabeça do púlpito de discursos e ri de si mesmo

Lula, Ciro, Rodrigo Pacheco, Simone Tebet, Mandetta, Moro

Os outros candidatos também ocuparam a mídia, cada um à sua maneira. Lula, em entrevista na Espanha, comparou o ditador Daniel Ortega, da Nicarágua, com a chanceler alemã Angela Merkel, pelo fato de ambos terem 16 anos no comando de seus países. Pegou mal. Muito mal. 

Ciro Gomes, continua mergulhado. Ninguém sabe, ninguém viu. 

Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, e o escolhido por Gilberto Kassab para concorrer à principal cadeira do país, fez uma pálida aparição em um hotel de Brasília com alguns correligionários. 

O MDB resolveu talvez ir em frente com a candidatura da senadora Simone Tebet, até agora a única mulher na corrida presidencial. Há rumores de que Luiz Henrique Mandetta desistiu. Ele não confirma. E o vaivém de Bolsonaro para o PL, partido de Valdemar Costa Neto, tem agora data marcada para o sim, dia 30 próximo.

Já o ex-procurador da Operação Lava-Jato, Sérgio Moro, não perde tempo em sua campanha. Desembarcou em Brasília para estar com senadores, levado pelo conterrâneo Álvaro Dias. Foi ao Congresso e deu entrevista para falar que é favor do Auxílio Brasil de Bolsonaro e do ex Bolsa Família de Lula. Mas sem furar o teto de gastos da União. Na quinta-feira, reuniu-se com dirigentes regionais do Podemos na mesma ocasião em que aconteceu a filiação do general Santos Cruz ao seu partido. 

Senadora Simone Tebet – Foto Orlando Brito

Jols, Orlando Brito 5 – A senadora Simone Tebet, até agora a única mulher talvez candidata ao Planalto

Jols, Orlando Brito 6 – Moro em campanha, com o general Santos Cruz no Podemos

A semana, todavia, não girou somente em torno dos presidenciáveis.  

A deputada Carla Zambelli, por exemplo, estava na fila de cumprimentos da cerimônia no Ministério da Justiça, quando Jair Bolsonaro foi entregar equipamentos de segurança a governadores de vários estados. Ao lado do marido, coronel Agnaldo, comandante da Guarda Nacional, ela não deixou de fazer uma selfie para registrar a presença do casal. E no Palácio Planalto, os ministros Gilson Machado, do Turismo, e Marcelo Queiroga, da Saúde, desfilaram sem máscaras naquela solenidade palaciana sobre as escolas cívico-militares. E segue a vida no planalto central.

Jols, Orlando Brito 7 – A deputada Zambelli e a seflfie com o marido coronel comandante da Força Nacional

Jols, Orlando Brito 8 – Ministros Gilson Machado e Marcelo Queiroga sem máscaras, como Bolsonaro

Escrito por
Orlando Brito
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