29 de março de 2024
Mourão, sim ou não?

Mourão, sim ou não?

Desenha-se o processo de impeachment de Jair Bolsonaro. O que vai definir seu destino imediato é o conchavo em curso entre os líderes do Centrão. A gota d’água foi o comentário que ele começou a fazer, depois de uma entrevista à TV JPan, sem perceber que o microfone ainda estava aberto: ele insinuou que o cargo de ministro do STF “tem um preço”.

Tudo que o Centrão mais teme é que o STF resolva remexer alguns papéis nas gavetas. Valdemar Costa Neto, do PL, costura nos bastidores os argumentos para convencer o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), de que Bolsonaro não tem mais nada a oferecer. A última carta do presidente é a cabeça de Paulo Guedes, mas as opções se tornaram mais difíceis, porque sem o apoio das grandes empresas de comunicação eles não encontrarão legitimidade (aquele tipo de legitimidade das máfias): Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, ficou marcado pela revelação do patrimônio em paraíso fiscal; a outra opção considerada, o banqueiro André Esteves (BTG), mordeu a própria língua ao se vangloriar de seu acesso a informações privilegiadas no próprio BC e no Ministério da Economia.Paulo Guedes não vale uma nota de três reais.

As conversações com o vice Hamilton Mourão devem definir o jogo. Mourão é considerado por figuras destacadas da imprensa mais conservadora a saída mais segura da nau dos insensatos e a possibilidade de preparar uma candidatura para 2022 que possa ser vendida como a retomada do discurso moralista e antipetista de 2018. Esse é o cenário.

Escrito por
Luciano Martins Costa
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