Por enquanto, a dobradinha é pura ficção.

Foto do site lula.com.br https://lula.com.br/
Anda circulando nas redes uma notícia sobre uma possível chapa Lula-Alckmin para as eleições presidenciais de 2022. A ideia surgiu em uma conversa do ex-governador Márcio França, do PSB com o ex-ministro da educação e sempre candidato Fernando Haddad, do PT. Ponto. Coisas da política num período de especulações naturais. Até as eleições de 2022, muita água vai rolar.
Foto: Rede Social- Facebook
Lula esteve com o ex-governador Alckmin em julho deste ano, mas o tema não estava no radar. As imagens renderam muitos cliques e especulações, mas não houve convite nenhum para a aliança. Ninguém levantou essa possibilidade concreta para o Alckmin e muito menos da parte do Lula.
Na internet, uma reportagem chegou a dar a seguinte manchete: “Decisão sobre chapa Lula-Alckmin sai até o mês que vem.” A reportagem cita que o destino do Alckmin poderá ser o PSB. E vai além, afirma que o tucano deve anunciar se será ou não candidato a vice-presidente da República na chapa do petista em dezembro.
Um chute impressionante e completamente fora de realidade.
E o que há de concreto?
Até agora, Alckmin tem um entendimento avançado com Gilberto Kassab, do PSD, para candidatar-se ao governo de São Paulo. Pessoalmente ele estava em negociações com a União Brasil, que é a fusão do PSL e DEM, para fazer parte da aliança. Não prosperou.
A possibilidade de sua filiação ao PSD é a mais provável. Há tempos que Márcio França do PSB está nessa negociação do Alckmin candidato a governador. E tudo indica que seria o vice.
Claro, com Alckmin vice do Lula, Márcio França seria o candidato ao governo. Não vai rolar. A chapa Lula-Alckmin, neste instante, é uma ficção.
Resistências existem dos dois lados. E há rituais políticos que não podem e nem devem ser atropelados. O que se desenha é uma aliança eleitoral e política para um segundo momento.
Atropelou e deu ré
O PSDB do Doria praticamente expulsou o ex-governador do centro político e usando um termo comum na política, atropelou e deu ré, em Geraldo Alckmin.
Mas o ex-governador ainda tem seu cacife político, principalmente no interior do Estado onde mantém boa lembrança entre ex-prefeitos e prefeitos e está bem nas pesquisas para o Governo de São Paulo.
Lula, liderando novamente as pesquisas para Presidente, demonstra uma força extraordinária até agora. Mas sabe que é difícil ganhar sozinho. Dificilmente Lula definirá seu vice antes de abril. Mas o sinal está dado: conversas, alianças, entendimento. Ai está a lógica do diálogo com o Alckmin.
Lula busca uma aproximação com o centro e centro direita. Ele se encontrou com FHC, Sarney, Cid Gomes, Gilberto Kassab e tem o PSB como eventual aliado, mas não basta. Caso vença, ele precisa garantir a posse, conquistar governabilidade, apoios e aliados fora do PT.
Uma eventual vitória do Lula não anulará os desafios políticos e nem apagará as ações de uma extrema direita que saiu do armário e gostou das ruas.
O velho Magalhães Pinto, ex Governador de Minas, sempre atual quando afirmou que a “política é como nuvem. Você olha, ela está de um jeito. Olha de novo e ela já mudou.”
Hoje, não existe a chapa Lula-Alckmin. Mas o fator relevante é que estão conversando, construindo um cenário de alianças. É um campo político se movimentando fortemente que poderá se unir no segundo momento.
O pós Bolsonaro reclamará uma aliança ampla. Um governo de transição, um pacto de governabilidade que consiga refundar esse País desgovernado.
https://prensa.li/jornalistasonline/lula-e-alckmin-por-enquanto-dobradinha-e-pura-ficcao/