Eu trabalho e convivo com movimentos sociais desde os anos 80. Quando cheguei a São Paulo para estudar sociologia, no começo da redemocratização, tive o privilégio de conviver com figuras maravilhosas, intelectuais, humanistas, pessoas simples, sábios, combatentes.
Participei do movimento estudantil intensamente. Acompanhei e fiz muitos amigos no movimento negro, como a queridíssima Tereza Santos e o escritor Helio Santos! No movimento sindical, com o velho Afonso Delellis, perseguido implacavelmente pela ditadura.
No movimento feminista, com as queridas Ruth Escobar, Margarida Genevois, Beth Bello, Ida Maria, Silvia Pimentel… A luta por direitos não começa em nós como uma espiral vazia, sem sentido histórico. Não mesmo. É preciso cuidado, humildade, respeito. Várias gerações marcaram a luta social e política que envolve gênero, raça, desigualdade, inclusão, direitos.
A democracia, nossa luta constante, entrelaça as carências da sociedade desigual, as dores particulares, os grupos excluídos. Fiz muitas amizades, aprendi a respeitar a luta concreta, a história de cada um. Pensei em homenagear a Margarida Genevois, essa dama dos direitos humanos que hoje tem 98 anos, postando sua foto. Um belo exemplo que ilumina.