
Os petistas aplaudiram. Viram no gesto o aceno do tão almejado “centro”, única chance de derrotar Bolsonaro.
Os líderes do PSDB criticaram. Na visão deles, a conversa enfraquece a busca do nome alternativo à polarização Lula-Bolsonaro.
Há uma máxima na política. O candidato faz campanha com discurso de esquerda, de defesa das políticas sociais, uma vez no poder, governa com a direita. FHC e Lula foram fidelíssimos à regra.
Antonio Carlos Magalhães, o poderoso ACM, foi sócio do governo tucano. Lula se juntou a ninguém menos que Paulo Maluf. Ambos renegaram a origem social democrata de PT e PSDB. Mas nunca é tarde para voltar atrás.
Só o diálogo tira o Brasil do buraco, do atoleiro, em que estamos metidos. O Pacto de Moncloa transformou a Espanha franquista num país socialista, com o beneplácito de um rei. Quebrar essa lógica suicida, que fraturou o campo democrático no Brasil, é o legado que os dois ex-presidentes têm obrigação deixar ao país.
Afinal, estiveram juntos na redemocratização.
Boi preto cheira boi preto, diz o ditado popular. 2022 promete.